Crítica | Sekai no Chuushin de, Ai wo Sakebu

Esse foi um dorama muito especial, já que alguns fatos que acontecem aqui, já aconteceram com todo mundo. No meu caso especificamente, o protagonista perde seu avô e assisti esse dorama um tempo depois que eu perdi o meu. Então Sekachuu, tem um espaço especial, principalmente por esse episódio.

Sendo um dorama de doença, é uma série que desanima antes de começar assistir. Porém, ela é tão incrível, como as séries Beautiful Life e Ichi Rittori no Namida.

“1987 – Eu não consegui salvar a vida da única pessoa que eu amava.”

1991 – banco de medula óssea do Japão.

Sabe aqueles livros que você ouve dizer que são bons e de repente de ouvido em ouvido, vira um best seller? Sekai no Chuushin de, Ai wo Sakebu, também apelidado de Sekachu, teve uma história assim. Tendo um nome em português para lá de brega “Chorando por amor, no centro do mundo”, tem todos os elementos de se tornar um clássico, sendo um dos doramas mais tristes da atualidade.

Tudo começou com a atriz e cantora Kou Shibasaki. Bastante popular no mercado japonês, a atriz leu o livro e comentou na sua coluna na revista Da Vinci. Ao escrever de como o livro a comovera em 2002, o livro caiu ao gosto do público vendendo em dois anos, aproximadamente 1 milhão e 700 mil cópias. Em 2004, o sucesso do livro converteria na forma de um filme que pode ser considerado um dos grandes sucessos do ano. O livro com o sucesso do filme, logo seria convertido em manga que também foi outro sucesso, vendendo um milhão de exemplares, enquanto o livro naquele ano chegou aos incríveis 3 milhões, tornando se o livro mais lido do Japão deste então. Para quem não se lembrou do nome Kou Shibasaki, ela atua em Battle Royale, e também participou tanto do filme num papel bastante importante, como cantando o encerramento do Sekai no Chuushin de, Ai wo Sakebu.quando este virou dorama.

O que tem de especial “Sekai no Chuushin de, Ai wo Sakebu”?

Tendo uma história triste, que até aqueles que dizem que não vão chorar, vão ser os primeiros com lágrimas nos olhos. Sekachuu estreou como dorama em agosto de 2004, sendo encerrado com 11 epísódios e um especial em 19 de setembro.

O principal diferencial desse dorama é justamente a gente saber o final desde o começo. Desde o primeiro minuto, o personagem Matsumoto Sakurato chora pela morte de sua amada há 17 anos atrás e vamos entendendo numa mistura de flaskbacks e o mundo atual, como Matsumoto se apaixonou por ela, perder ela e que motivo não se esqueceu dela. Logicamente, a primeira pergunta que vem a nossa mente é “Por que ele não a esqueceu, depois de tanto tempo?”.

A história
Sakurato Matsumoto é um médico em Tóquio, que está atualmente com seus 34 anos. Ele vive um drama constante em seu coração, sobre a perda da sua adorável Aki Hirose no colegial nos longínquos anos 80. Ele nunca se separou dela, carregando um frasco com cinzas dela, em seu bolso, sempre pensando no dia que ele se despediria dela.
Por motivos de saúde, Sakurato se afasta no seu serviço, voltando a sua cidade natal, para assim entender e se despedir de sua amada. Enquanto isso, não entendendo o porque desse seu sumiço inesperado, a Aki Kobayashi e seu filho de 6 anos, o Kazuki Kobayashi vão atrás de Sakurato, para ajudar o grande amigo.

Walkman

Sakurato anda na frente de sua antiga escola, vendo que os jovens de hoje em dia podem até usar o mesmo uniforme que ele usava, mas que cores de cabelos mudaram desde a época que ele freqüentou ali.

Ele lembra do dia que foi ao enterro de um professor da escola e em plena chuva, a estudante Aki Hirose lia o poema no enterro sem parar, mesmo naquela chuva, Sakurato abria seu guarda chuva e a protegia para o espanto de todos. A partir dali, os dois teriam uma estranha amizade colorida.

Tudo ia bem, senão fosse o amigo Akiyoshi Ryonosuke que também se apaixonou por Aki Hirose e pede ajuda do Sakurato para conquista-la. Assim, ele ajuda o amigo, ao criar uma história para um programa de rádio que a Aki ouvia, faturando o prêmio da época , um Walkman. A história basicamente contada na rádio é igual da Aki, mas Sakurato acrescentando o problema de leucemia, para tornar trágica, fez logo ela sacar que foi ele que escreveu e não o amigo dele.

Fazendo as pazes, Aki e Sakurato começam a trocar mensagens por fitas, que na maioria das vezes é por via do walkman que eles escutam.

O namoro

Enquanto isso, Aki batiza Sakurato de Saku, evoluindo a relação de namorado dos dois. Saku queria fazer uma grande surpresa para Aki e propõe uma viagem a uma ilha próxima inabitável, aonde havia um hotel inacabado.

Uma coisa que podemos perceber que o relacionamento nos anos 80 é muito mais severo que hoje em dia, por isso Aki foge do primeiro beijo de Saku, mesmo que ambos estejam namorando.


O avô de Saku

Kentaro Matsumoto é um antigo fotógrafo da região. Sendo avô do Saku, ambos têm uma grande relação de amizade, pelo qual se divertiam juntos, passeando juntos de bicicleta, entre outras coisas.

Ele confiando em seu neto, no que para ele seria a sua última missão. Kentaro pede para que Saku invada o cemitério junto com ele, para que possam roubar as cinzas de sua amada.

Revelando ao seu neto, que no passado sentiu um grande amor por uma garota da região, mas por diversos motivos, o casal não ficou junto, em virtude da guerra, dinheiro e doença, levando a caminhos diferentes. Ele nunca se esqueceu dela, mesmo casando com a avó de Saku, Kentaro nunca se esqueceu desse amor.

Saku acaba aceitando o desafio do avô, entrando no cemitério e achando o túmulo. Separando um pouco de cinzas dela e colocando num frasco, Kentaro fala que quando ele falecer, Saku deve misturar as cinzas, para as jogar no ar, pois assim ambos poderão viver juntos.

Alguns dias depois, Saku encontra seu avõ morto em seu laboratório, como se tivesse dormindo. Ele conta para Aki, que juntos, decidem encontrar o melhor local para aonde Kentaro possa ir embora junto com sua amada.
Esse é um dos capítulos mais tristes do seriado, sendo quase impossível, evitar as lágrimas.

A doença

Se foi um choque a morte do avô, Saku terá que se preparar para algo pior muito em breve. Começamos a perceber os primeiros sintomas de doença da Aki, como um sangramento no nariz em plena prova, aonde Aki resiste ao sangramento, não levando em conta que seria algo muito pior. Outros sintomas são os desmaios constantes que Aki começa a sofrer. Um detalhe importante aqui é que desde o começo, nós conhecemos o final da história, assim começamos a conviver o drama de Aki e Saku, sabendo antes deles que algo está errado com ela.

Um dos momentos mais tristes para Aki, justamente é abandonar as corridas, posteriormente a escola, por complicações de sua doença. Os pais dela pedem que Saku a esqueça, impedindo suas visitas no hospital, mesmo assim ele insiste todos os dias, conseguindo amolecer o coração de ambos.

A Viagem para Austrália

No Japão, quando você está se formando, você vai para a Austrália passar uma semana. Engraçado que fazendo num paralelo aqui no Brasil, pelo menos as escolas do sudeste têm o costume de escolher o nordeste brasileiro como turismo de ultimo ano. Voltando sobre o dorama, Aki fica muito chateada que não pode viajar junto com a turma por causa do tratamento, fazendo Saku não querer ir também. Com muita relutância, Aki pede pra ele tirar fotos da Austrália para ela.

Saku consegue tirar apenas uma foto em toda viagem que é do céu. A partir daqui, ele sempre ira tirar fotos do céu para Aki, já que ela não pode mais ver o céu no hospital, ilustrando seu quarto com belíssimas fotos do céu.

Uma curiosidade que o site do dorama na época, postava semanalmente fundos de tela com fotos dos céus tirados pelo Saku.

O casamento

Convivendo com a doença, Saku acaba sugerindo que ambos se casem. Ambos não conseguem, mas convencem seus pais a permitirem uma foto posada vestidos de marido e mulher.

Amigos e familiares ajudam os dois que se encontram na casa de fotografias que pertenceu ao Kentaro, agora assumida pelo pai do Saku, o Juichiro. A fotografia em especial, acaba simbolizando para os dois o casamento.

A morte

Com certeza, quanto mais avançamos no seriado, não desejamos que Aki morra em cena, mesmo sendo inevitável. Não vou chegar a descrever a fatídica cena, até porque primeiro por ser spoiler, e segundo que não sou nenhum sádico deste fim.
Aki por causa do tratamento, perde todos os fios de cabelo, como também emagrece drasticamente. Saku tenta realizar o ultimo desejo dela, em conhecer a Austrália, a carregando para o aeroporto, mas ela desmaia, num momento comovente, ele tenta carregar ela para o avião, sendo ajudado pelas pessoas ao seu redor.

Ela retorna ao hospital, apenas falando o nome dele, enquanto ele também é hospitalizado em outro quarto. Ficamos nos perguntando, como Saku ficara, quando ele acordar e perceber que está sozinho no mundo.

17 anos depois…

O seriado sempre retorna o presente por Sakurato do presente ser o narrador da historia. Sabendo como Aki realmente morreu, vemos que Saku não existe mais há muito tempo, sendo que Sakurato é uma pessoa totalmente diferente daquela do passado. Este havia morrido junto com Aki, mas será que ele conseguiria se libertar do peso do passado? Virar a página e viver sem esse peso nas costas?

Muitas pessoas do passado, ele reencontra em sua cidade. Mas no fim, o que realmente interessa é se a Aki Kobayashi e seu filho vão conseguir fazer Sakurato ser feliz de novo. Fica essa a nossa torcida, quando a vemos atrás de Sakurato, pedindo pra escutar sua história e deixar ele ser feliz de novo. No entanto, só vendo o seriado, para ver se Sakurato aceitara Aki e Kazuki, como uma nova oportunidade de viver.

A série em DVD

Não demorou muito para a TBS lançar em DVD o dorama Sekachuu, que vinha como brinde, além de algumas mini pôsteres, uma fita cassete com todas as gravações que Aki e Saku trocaram via walkman durante o dorama. Um grande diferencial dos dvds japoneses fica realmente na parte de brindes, já que os japoneses criam brindes extremamente diferenciais e que tem haver com o título.

Prêmios

A série entrou para o Emmy, faturando o prêmio da trigésima terceira edição. Um fato interessante é que a série concorreu com duas séries bastante conhecidas pelo público brasileiro. As séries da rede Globo, Mad Maria e Hoje é dia de Maria, foram enquadradas na mesma categoria, segunda a lista de finalistas do Emmy de 2005.

Sekachuu ficou em terceiro lugar da Oitava Edição do Nikkan Sports Drama.
A quadragésima segunda edição do Television Drama Academy Awars deu como grande vencedora daquela temporada, a série “Sekai no Chuushin de, Ai wo Sakebu” oferecendo nada menos que 9 prêmios. A lista ai embaixo:

42nd Television Drama Academy Awards
Melhor Drama
Melhor Elenco
Melhor Ator: Yamada Takayuki / Matsumoto Sakurato (17 anos)
Melhor atriz secundária: Ayase Haruka / Aki Hirose
Melhor tema musical: “Katachi Aru Mono“ – Shibasaki Kou
Best Newcomer: Tanaka Koutaro
Melhor roteirista: Morishita Keiko
Melhor Diretor: Tsutsumi Yukihiko, Ishii Yasuharu, Hirakawa Yuuichirou
Melhor Videoclipe

Curiosidades

O papel da Aki teve mais de 723 garotas na disputa pelo papel, mas no fim, acabou sendo a atriz Ayase Haruka que faturou o papel. A cantora e atriz Rio Matsumoto quase faturou o papel, sendo bastante popular em doramas como Gokusen, ela é uma cantora da gravadora Avex Trax.

O sucesso no Japão logo levou a Coréia fazer um remake que estrearia em 2005, chamado “My Girl and I”. O sucesso no Japão continuaria a gerar outros subprodutos, como um musical, estrelados pelos atores Tanaka Koutaro e Sato Megumi.

O elenco e sua equipe se reuniria dois anos depois, na produção de Byakuyakou, tendo uma trama muito mais densa que Sekai no Chuushin de, Ai wo Sakebu.

O elenco estelar

O protagonista Sakurato Matsumoto teve dois atores, separando a fase jovem e a fase adulto. O Sakurato de 17 anos foi interpretado por Takayuki Yamada, ele fez o protagonista do Densha Otoko, na sua versão em filme, além de ter atuado em diversos doramas de destaque: como H2, Taiyou no Uta e Byakuakou. Já a versão de 34 anos foi interpretada pelo ator Naoto Ogata.

A Aki Hirose, foi interpretada pela belíssima Ayase Haruka. Entre os destaques dela, é ter participado do Especial do dorama Hero como também ter dublado a Violeta de Os incríveis no Japão.

Uma atriz que vale um destaque especial é a Matsushita Yuki, que interpretou a professora Toshimi Yatabe, que sempre apoiou o casal protagonista em toda a série. Ela também aparece no dorama Engine.

No Brasil

Infelizmente o dorama nunca veio ao país, como nem o livro e nem o filme também baseado na obra. Porém, o manga Socrates in Love que é baseado no mesmo romance, veio ao Brasil pela editora JBC. Vale a lida, porém o mangá está bem longe de ser tão impactante como o dorama.

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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