Crítica | Tokyo Raiders

Lançado no Brasil em 2002, Tokyo Raiders é um daqueles filmes lançados sem grande divulgação no país, onde poucas pessoas acabam tendo acesso a uma dessas pérolas produzidas pelo cinema de Hong Kong. Escrito e dirigido por Jingle Ma, o filme reuniu um elenco todo diferencial, com os astros de Hong Kong e Japão. Por Hong Kong, Tony Leung, Eking Cheng e Kelly Chen e pelo Japão, Yuuko Moriyama (Iria – Zeiram), Minami Shirakawa (GTO dorama), Kou Shibasaki (Battle Royale), Hiroshi Abe (Trick, Dragon Zakura), além da participação de Shogo Shiotani (o Akira/Cybercop Marte – Cybercops).

Um filme leve que mistura muito bem a comédia com ação e artes marciais. Tokyo Raiders pode ser chamado de um típico filme “Sessão da Tarde”, mas nem por isso, pensem que o filme é ruim ou coisa parecida. Seguindo a escola de filmes de artes marciais, representada mundialmente por Jet Li e Jackie Chan, os atores Tony Leung e Eking Cheng seguram o filme com excelentes cenas de ação, marca registrada do cinema de Hong Kong.

Um 007 japonês

O detetive Len (Tony Leung) percebe que está sendo seguido, pelas ruas de Tóquio, assim elaborando um plano de surpreender aquele que está o seguindo. Utilizando-se de apetrechos que tem em sua roupa, Len também usa qualquer item perto de si transformando-as em arma para sua própria defesa.
Chegando em seu escritório, Len percebe que aqueles que o perseguiam também estão por ali. Desenvolvendo uma cena de ação alucinante, em defesa própria, Len consegue fugir deixando os bandidos trancafiados, assim começando o filme.

Ponte aérea Las Vegas – Hong Kong – Tóquio

Macy (Kelly Cheng) foi para Las Vegas, para se casar com o empresário japonês Takahashi. Ela acaba levando um “cano” no seu próprio casamento, retornando assim para Hong Kong. Lá, ela acaba descobrindo que seu namorado desapareceu em Tóquio.
Sem pensar duas vezes, Macy decide ir para o Japão, assim descobrir o paradeiro do seu namorado. Ela acaba esbarrando com o decorador Yung (Eking Cheng) que cobra o cheque borrachudo do namorado dela, indo atrás dela para o Japão.

Chegando em Tóquio, Macy descobre que Takahashi é procurado pela máfia, colocando diversos homens atrás dela. Aqui tem uma das melhores tomadas do filme, como não poderia deixar de ser num filme de Hong Kong, aonde todo mundo luta, Yung “o decorador” é um lutador nato de artes marciais, defendendo sem grandes dificuldades os homens atrás de Macy.
Indo a ajuda dos dois, surge Len e suas garotas, que explicam a verdadeira situação do Takahashi no Japão. Revelando-se detetive particular, Len explica quais os problemas do Takahashi, o que não agrada nada Macy.

A verdade

Len conta que foi procurado pelo chefe da máfia local, Takeshi Ito (Hiroshi Abe), para investigar se sua esposa tinha um amante. Descobrindo que o amante é o Takahashi, Len é surpreendido pelo o próprio que faz uma contra proposta. Fazendo parte do plano do Takahashi, Len vai para um bar junto dele, espalhando-se o boato que Len era o melhor amigo de Takahashi. Takeshi volta a procurar Len não gostando nada de saber desse boato. Len que não é bobo nem nada, pensa em lucrar de novo, mostrando as fotos para o Takeshi que já sabia daquilo e um pouco mais. Takeshi revela que Takahashi fugiu com sua esposa, levando consigo uma grande quantia de dinheiro do bando. Investigando sobre o sumiço dos dois, descobre um acidente entre os dois, no qual a esposa de Takeshi morre, assim Takahashi acabou sendo preso em sigilo pelo governo japonês.

Macy não aceita muito bem que seu namorado teve uma amante e ainda fugiu com ela. Saindo pelas ruas em Tóquio, ela acaba se embriagando-se para esquecer as mágoas ao invés de continuar ir atrás dele.

Reviravoltas

O filme é cercado de reviravoltas, como Len ter que levar Takahashi para as mãos de Takeshi, assim atraindo dois peixes grandes para o governo japonês. Repleto de perseguições pode se observar à evolução de Macy, como também os mistérios em volta de Len e Yung. É muito estranho ver um decorador lutar tão bem e proteger ao máximo a namorada de uma cliente de um cheque “borrachudo”. O encontro de Macy e Takahashi também é um dos pontos altos da história. Todos os mistérios acabam sendo resolvidos, até o final do filme, tornando esse um excelente filme.

Indo além do filme

Tokyo Raiders é de uma remessa nova de filmes de Hong Kong, mostrando os novos rostos do cinema asiático. Para aqueles que estavam até então acostumados com Jet Li, Chow Yun Fat e Jackie Chan. Foi nessa remessa, que começaram a ter contato pela primeira vez com Tony Leung e Eking Cheng que se tornaram os novos rostos do cinema de Hong Kong, estampando a capa de diversos filmes que chegaram ao Brasil desde então.

Mesmo atores veteranos como Jackie Chan, estimulam a entrada de novos rostos para a o cinema asiático, fazendo participações especiais de alguns filmes, como “A liga contra o Mal” e “Geração X”.

Um dos fatos desagradáveis do filme Tokyo Raiders é que o ator Shogo Shiotani, que faz uma figuração como um dos bandidos que leva surra dos personagens Len e Yung. Ele suicidou se dois anos depois da produção do filme. Não aceitando o fracasso profissional, que o limitou em pequenos papeis, depois do personagem Akira em Cybercops, o ator acabou se suicidando em 2002. Tokyo Raiders é uma das ultimas oportunidades de se ver o ator em ação.

Em 2005, Tokyo Raiders rendeu uma continuação, levando o detetive Len para a Coréia. O filme se chama Seoul Raiders e foi lançado apenas esse ano no Brasil, sendo batizado pela Paris filmes como “A perseguição”.

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

2 COMENTÁRIOS

  1. Esse filme é excelente!Minha unica decepção é que quando foi lançado em VHS tinha cópias dubladas e original legendado.Quando comprei o DVD a decepção… somente o audio original e legenda, SEM dublagem.Geralmente sempre fico satisfeito com audio original e legenda, não ligo muito para dublagem sabe.Mas no caso de Tokyo Raiders abro uma exceção, pois a dublagem ficou muito boa e engraçada.O problema de assistir com o audio original é que não gostei da tradução da legenda. Muitas piadas não tem a mesma graça da dublagem.Tenho que procurar o VHS dublado em algum sebo…Reconheci o Marte do Cybercop nesse filme, ele é um capanga que só apanha.Deve ter morrido pouco tempo depois da produção desse filme.

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