Cobertura do Festival do Japão 2018

Um dos maiores e melhores eventos da cidade de São Paulo, frequento o Festival do Japão há mais de dez anos. E seja pra cobrir o evento ou como mero fã da cultura japonesa, o Festival do Japão sempre cumpriu seu objetivo que é reunir em um único lugar o máximo de cultura japonesa possível.

Esse ano tivemos a comemoração de 110 anos da imigração japonesa no Brasil. E para essa comemoração, tivemos a vinda da princesa Mako ao país, além de uma série de atividades especiais para essa data comemorativa.

Da minha parte, esse ano foi especial porque foi o primeiro ano que eu trabalhei nos bastidores do evento. Assim, eu trabalhei na parte de alimentação em Kochi e em Saitama, além de apresentar a dança tradicional de Kochi, o Yosakoi, no sábado.

Estando nos bastidores, eu pude entender e ver uma logística de uma “cidade” para alimentar cada stand com ingredientes para produção de suas culinárias. Além disso, tivemos o marco de entrar no Guiness ao reunir mais de 500 pratos japoneses num único local.

Diante de tantas visões diferentes ao trabalhar nos bastidores, estou aqui trazendo minha cobertura especial do evento. Espero que gostem e que essa cobertura não só informe, mas dê mais vontade em visitar o evento em 2019.

Um festival muito além da cultura

Para muitos, o Festival do Japão é um evento culinário. Sendo uma das chances únicas de se provar a comida das 47 províncias do Japão. É correto classificar o evento assim? Sim, mas não é unicamente verdade.

Organizado pelo KENREN, a Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil, o Festival do Japão é um evento que reúne num mesmo ambiente, não só comida, mas apresentações, cursos de idioma japonês, lojas temáticas e atividades que estão presentes no cotidiano nipônico.

E por mais que não esteja explicito, a união das províncias em trazer culinária local e shows, acaba ajudando também na visibilidade de suas culturas, como também na manutenção de suas associações aqui no país.

Além disso, temos um evento que reúne pessoas de todo Brasil, assim sendo uma chance única em que descendentes de diferentes cidades e estados se reúnem em um único ambiente.

Estando dentro do evento, o que posso concluir é que a sua organização é muito mais madura do que qualquer outro evento do tipo aqui no país. E olha que por termos um histórico de imigrantes que vieram ao Brasil, temos diferentes formações de evento com essa finalidade. Só que nada próximo do que o Festival do Japão se tornou. Mérito de todos que compraram a ideia e defendem essa bandeira, todos os anos ali.

Novidades de 2018

O Festival do Japão acontece há muitos anos no São Paulo Expo e por causa disso, estamos acostumados com sua distribuição dentro do local. Antes da reforma do local, tínhamos toda a parte culinária num ambiente externo e depois tivemos ajustes até o formato de corredores que o evento desenhou para esse ano.

Então o evento desenhou toda uma praça de alimentação inteligente, aonde tinham corredores especiais para passar carrinhos de comida e ingredientes para não faltar nada ao consumidor. Essa parte o público não via, mas por trabalhar em Kochi e em Saitama, tive o prazer de andar nesses corredores, além de ajudar a carregar ingredientes para ambos.

Mas não era isso que vocês imaginavam ao entrar no evento, não é? E é nesse ponto que devemos destacar o quanto o evento realmente mudou em 2018. Trazendo o palco principal para a entrada do evento, tivemos todo um corredor com exposição de Ikebana ao lado, além de stand da Aliança Cultural Brasil e Japão.

Ai temos o stand belíssimo da Ikesaki que estava comemorando aniversário no evento. Trazendo uma loja sua para dentro do evento, além de espaço para descanso, jardim japonês, entre outros destaques do evento.

O festival das grandes lojas

Esse ano também ficou marcado pelas lojas abriram reproduções de suas lojas originais no festival. Tivemos um konbini da Hirota com a Daiso, uma unidade da Marukai, até mesmo uma loja da Miniso (que chegou ao Brasil recentemente). Todas as lojas estavam no corredor de entrada do evento, sendo belíssimos em reproduzir suas lojas originais.

Entre as novidades, tivemos a chegada do karaokê J-Vision, que oferece locação mensal ao assinante. Trazendo musicas atualizadas do Japão, J-Vision era um dos stands movimentos, exatamente por evocar uma paixão brasileira e japonesa, o karaokê.

Outros stands são marca registrada como Toyota e Honda, mas a grande diferença é que alguns deles pensavam no público idoso do evento, trazendo espaço para descanso.

O evento também trouxe Akiba Space e a Editora JBC, numa configuração menor. Depois do stand lindíssimo da editora no Anime Friends, era natural e previsível que esse ano o Festival do Japão não teria tanto destaque. Mas isso não impediu de ter a moto do animê/mangá Akira como um dos pontos altos do stand da editora.

Uma área da criança repleta de atividades

Para quem conhece eventos como CCXP, o Festival do Japão usou espaço aonde normalmente fica um de seus auditórios para levar espaço da criança e montar o palco verde amarelo.

De longe, esse ano nunca tivemos tantas atividades diferentes para crianças. Num corredor repleto de stands com atividades, usando o corredor para colocar desejos num “Tanabata Matsuri” dentro do evento.

Foi uma das novidades mais bacanas e que provavelmente trouxe muitas atividades para crianças.

Área externa

Outra novidade foi a utilização da entrada do São Paulo Expo. Montando um corredor com portais japoneses, o evento trouxe tendas gigantescas com cursos de mangá, desenho e outras atividades japonesas.

Além disso, o corredor com as tendas tinham desenhos e ilustrações japonesas que valiam a pena admirar detalhe por detalhe. Nos outros anos, eles usavam essa área externa como corredor para saída e foi uma utilização muito positiva ao trazer o espaço para dentro do evento.

Palcos

Trazendo um palco para entrada do evento e outro no final dele, o Festival do Japão isolou os dois palcos, tornando bastante agradável a experiência de assistir apresentações em cada um deles. Devido a distância, ambos não atrapalharam entre si (diferente do Anime Friends que temos esse tipo de problema tanto ano passado como esse ano).

O palco principal era bastante grande e trouxe apresentações belíssimas como de Yosakoi Soran que trouxe diferentes grupos do Brasil. Já o palco verde amarelo reuniu artistas que iam de artes marciais, dança entre tantos outras.

Apresentação no palco

No sábado, eu estive com o grupo RYO Kochi Yosakoi no palco verde amarelo. Comemorando 65 anos da criação de sua associação no Brasil, Kochi estava comemorando o surgimento do grupo de Yosakoi no Brasil numa apresentação especial com grupo Makoto de Guatapará.

Foram três músicas, sendo que duas foram apresentadas com o grupo parceiro, assim trouxemos o estilo tradicional de Yosakoi, além de apresentar uma música do grupo GReeeeN.

Pontos positivos e negativos

O evento mudou bastante esse ano. Não sabemos se foi devido a comemoração dos 110 anos, mas trazendo novos patrocinadores e uma nova disposição, o evento ganhou um novo frescor. Assim quem está acostumado com o evento todos os anos, acabou se surpreendendo com a disposição dos stands esse ano.

A mudança dos palcos e a utilização do espaço externo foram também os grandes destaques desse ano. Trazendo uma disposição de auditório, ambos os palcos se tornaram mais interessantes de assistir apresentações. Inclusive lembraram como era antigamente, quando era externo (antes da reforma do São Paulo Expo).

A chegada da Ikesaki, Miniso e da Marukai também deram novas opções ao evento, além do Hirota com formato konbini ao trazer pratos conhecidos em suas unidades.

Uma novidade pontual foi inserir telões na praça de alimentação. Ao inserir telões em toda praça, acaba que atrações dos dois palcos eram exibidas por eles, assim permitindo que um número maior de pessoas assistisse as apresentações.

A Kirin trouxe dois bares da marca, também sendo um diferencial bem bacana pra feira. Tendo sua filial brasileira vendida para Heineken, se esperava que a empresa não tivesse destaque esse ano, mas ocorreu o contrário o que foi muito bom pra feira.

Já nos pontos negativos, tendo um Akiba Space menor, não tivemos destaques em games como foi no ano passado. Para quem não lembra, ano passado a Bandai Namco esteve no Festival e trouxe Dragon Ball FighterZ. Infelizmente esse ano não tivemos nada disso, sendo algo que fez falta.

Num resumo geral, o evento trouxe muito mais pontos positivos do que negativos, cumprindo o papel de homenagear os 110 anos da imigração japonesa.

Agradeço profundamente a organização do Festival do Japão por permitir a cobertura de mais um ano do site JWave.

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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