Crítica | Godzilla 2: O Rei dos Monstros

Em 2014, Warner Bros Pictures e a Legendary Entertainment apresentaram uma nova versão do Godzilla “americano” aos cinemas. Depois de uma tentativa frustrada Sony Pictures, a Legendary apresentou pontapé inicial de um universo compartilhado de monstros que se moldou nos filmes seguintes da produtora. Agora chegou a vez de Godzilla assumir o trono de rei dos monstros e assim a franquia dá o próximo passo depois de 5 longos anos.

Terceiro filme do chamado Monsterverse, Godzilla 2: O Rei dos Monstros vem para conectar Godzilla com Kong: A Ilha da Caveira e apresentar um universo muito maior de monstros do que você nunca sonhou que existiam.

Para essa continuação, o diretor Michael Dougherty acabou conduzindo sendo responsável. Roteirista de X-Men 2 (2003), Superman: O Retorno (2006) e ajudando em X-Men: Apocalipse (2016), o diretor também é o roteirista de Godzilla VS Kong de 2020, tornando Godzilla 2: O Rei dos Monstros algo como Senhor dos anéis: As Duas Torres. Sim, temos um filme completo, mas que ao mesmo tempo dá um gostinho do que irá acontecer em 2020.

Mas antes de antecipar as coisas, Godzilla 2: O Rei dos Monstros retoma o final de 2014, apresentando novos personagens e continuando a história daqui.

História

A agência Monarca está sendo investigada por ter omitido informações sobre monstros que ela têm investigado. Existem diversos pontos do planeta com aparição de supostos monstros e um total de 17 monstros confirmados, aqui nomeados como Titãs.

Descobrimos também que o casal Mark (Kyle Chandler) e Dra. Emma Russel (Vera Farmiga) tinham desenvolvido um equipamento que “conversava” com as baleias e que poderia ser usado para esses monstros gigantes também. Perdendo o filho mais novo num dos ataques do Godzilla em 2014, o casal se separou e Emma continuou desenvolvimento do equipamento e levando consigo sua filha Madison (Millie Bobby Brown) para China.

É aqui que vemos o nascimento de Mothra, um dos Titãs mais conhecidos do Japão (depois do Godzilla). Primeiramente em seu estado como Larva e o equipamento conseguindo “conversar” com ela. Só que uma organização ecoterrorista acaba invadindo o local, sequestrando Emma e Madison.

No decorrer da trama, Emma acaba ficando do lado dos ecoterroristas, concordando que os Titãs despertaram porque os humanos são o principal mal do planeta Terra. Isso acaba desencadeando o ressurgindo do Godzilla, além do despertar de Ghidorah.

Crítica

Godzilla 2: O Rei dos Monstros vem na tentativa de costurar um universo, como também dar mais voz aos monstros do filme. Reduzindo tramas humanas, o filme tem inúmeras batalhas entre os monstros, em especial Ghidorah na sua posição de Rei dos monstros, tendo Godzilla e Mothra como desafiantes nessa posição de rei.

Devo confessar que por mais que a trama humana tenha se reduzido, o filme acabou se tornando um compilado de luta de monstros. Esse era o objetivo? Então o filme cumpriu o papel dele de tirar os Titãs de um segundo plano, tornando os protagonistas do filme.

Agora, como já dito antes, o Godzilla 2: O Rei dos Monstros tem o problema de parecer um filme do meio da saga. Ele cita tantas vezes Kong e a Ilha da Caveira, que acaba ficando demasiadamente chato a insistência do filme em querer conectar esse universo. Entendemos que Kong é um Titã, como também entendemos que a teoria do planeta Terra ser oco e os monstros viajarem para qualquer canto do planeta por esses tuneis era algo teórico em Kong e confirmado aqui. 

Só que o filme não acaba por ai e a Dra. Chen interpretada pela atriz Zhang Ziyi também fala que é a terceira geração que trabalha na Monarca, mostrando que na realidade são irmãs gêmeas e que ela é especializada em mitologia. Por mais que seja uma modernização das sacerdotisas de Mothra, acaba também utilizado para conectar com personagens de Kong: Ilha da Caveira.

O filme tem diversos pontos positivos na construção desse universo, como a região aonde Godzilla carrega suas energias. Sendo uma civilização perdida, o filme explica que humanos já viveram junto dos Titãs. Ali ainda serviu de despedida do Dr. Ishiro Serizawa (Ken Watanabe) que entende que precisa ajudar Godzilla a se tornar mais forte com uma míssil atômico para enfrentar por uma vez por todas o Ghidorah.

Vale salientar que mesmo reforçando que o filme tenha 17 Titãs, o mesmo não mostra e acaba ficando a curiosidade sobre qual Titã se esconde próximo do Rio de Janeiro. Sim, a cidade maravilhosa aparece diversas vezes no mapa batendo a curiosidade em que se esconde por essas bandas.

Mothra demora para se tornar a borboleta gigante que a conhecemos dos filmes japoneses e assumo ter ficado surpreso que antes dela aparecer propriamente dito, o filme optou por esconder como luz em cena. Nas duas primeiras aparições dela, me questionei porque Mothra havia aparecido como uma entidade de luz, porém quando ela se revela, entendi que era intencional desde o começo em realçar a sua aparição durante o embate que ela colabora com Godzilla contra Ghidorah e Rodan.

Analisando a trilha sonora, Godzilla 2: O Rei dos Monstros vai fundo nas músicas dos filmes do Godzilla japonês.  Reimaginadas pelo Bear McCreary, Godzilla 2: O Rei dos Monstros  acaba ganhando ares épicos, sendo algo que fez diferença nas batalhas e na trama de embate dos monstros.

Uma coisa que devo ressaltar que adorei Ghidorah ser visto como alienígena. Sendo um Titã Alpha, ele poderia controlar os monstros (com exceção do Mothra e do Godzilla). Fica implícito que cada planeta tem seu Titã Alpha e que este papel seria do Godzilla, o que resultaria num embate dos dois para se tornar o “Rei dos Monstros”.

Um dos melhores momentos do filme é quando Godzilla arranca as cabeças do Ghidorah e acaba soltando raio na cabeça que estava em sua própria boca. A cena é seguida de todos os monstros ali presentes se ajoelhando e reconhecendo Godzilla como novo rei.

Godzilla 2: O Rei dos Monstros no fim das contas cumpre o que promete e dá gás para imaginário do público ao imaginar que o próximo filme teremos “King Godzilla” contra “King Kong” na posição de Titã Alpha do planeta. Não é o melhor filme do ano e nem tenta ser, mas paga o ingresso do cinema oferecendo diversão.

Devo confessar que mesmo gostando de rever Kyle Chandler (do antigo seriado Edição de Amanhã – Early Edition), como também ter curtido a Vera Farmiga e mesmo Millie Bobby Brown (do Stranger Things), acabei não tendo nenhuma empatia por eles. Acabou sendo só personagens humanos de mais um filme do Godzilla. E não é essa a função deles, mesmo?

O filme planta algumas coisas para serem trabalhadas nos próximos filmes. A organização ecoterrorista consegue uma cabeça do Ghidorah no mercado negro, como também é mostrado que Kong e Godzilla já se enfrentaram antes pela posição de Titã Alpha. Outra coisa que foi mostrada é que mesmo com Mothra morrendo em cena, temos um ovo que pode gerar uma nova Mothra nos próximos filmes.

Que venha Godzilla VS Kong e que vença o melhor monstro!

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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