Ressaca Friends 2019 | Cobertura Geral

Esse ano tivemos uma série de mudanças no Ressaca Friends. Abrindo mão de bandas, o evento se focou em palestras e painéis, trazendo essas atrações para os palcos do evento.

Trazendo interatividade e música com jogos como Just Dance e o palco de Kpop com grupos cover de dança, o Ressaca Friends soube preencher a lacuna das bandas ao mesmo tempo que deu um novo direcionamento ao evento.

Depois de duas semanas do maior evento geek do Brasil, o Ressaca Friends repetiu o local de 2018, porém reconfigurado e utilizando bastante o seu espaço.

Revigorado e atualizado, o JWave esteve presente no evento e irá comentar um pouco da edição de 2019.

Painel da Sayoko Hagiwara

Uma das grandes estrelas da edição desse ano demonstrou carisma e principalmente conhecimento sobre técnica, filmagens e como uma produção de tokusatsu era realizada nos anos de 1980.

O ponto mais alto do painel foi quando ela descreveu a rotina de filmagens de uma série de tokusatsu. Falando que acordava às seis da manhã indo para Saitama aonde fica as pedreiras aonde a Toei filmava os seriados dos anos de 1980. A atriz filmava com explosões reais e nos outros dias da semana tinha que redublar as cenas, tirar fotos para ensaios (era modelo na mesma época), além de filmar cenas em outras locações.

A equipe Mais Geek (antiga Senpai TV) até conseguiu explorar bastante esse nível de curiosidades, porém assumo que foi meio decepcionante quando abriu perguntas ao público. Tendo perguntas como se a atriz soubesse cantar abertura e encerramento das séries Dynaman e Flashman, o público acabou trazendo perguntas bem aquém do esperado.

Painel do dublador Marcelo Campos.

Num clima de amigos, o dublador Marcelo Campos falou um pouco da sua experiência no mercado nas séries Dragon Ball Z, Yu-Gi-Oh e Cavaleiros do Zodíaco.

Carismático e sincero, o Marcelo Campos falou que ali nos eventos, ele se torna famoso, mas nas ruas ele é tão anônimo como qualquer um ali presente no público.

Foi um dos melhores painéis do evento no domingo, mostrando que o modelo escolhido pela Ressaca veio para ficar.

Mudanças em relação aos outros anos

Pelo menos no ano de 2018, o evento havia escolhido salões para montar seus painéis e foi bem interessante o espaço e acústica escolhida para eles. Lembrando bastante a estrutura de eventos com esse tipo de painel fechado do público que apenas anda pelo evento.

Esse ano ao trazer esses painéis no lugar dos palcos, a Ressaca Friends optou seguir uma linha mais utilizada por eventos como Campus Party que lota seu espaço com palestras e caixas de som virada para o público, assim conseguindo realizar diversas palestras em simultâneo.

Assumo que por mais interessante que o modelo Ressaca Friends tenha encontrado, ainda não ficou tão bom como a Campus Party. Ressalto isso em termos de vazamento de som e microfone baixo das atrações, dificultando em alguns momentos o entendimento da conversa.

Independente disso, o modelo foi feliz e espero que seja imitado nos próximos anos.

Lojas e Editoras

O evento tinha diversas lojas vendendo itens de animê e mangá, porém quando o assunto era editora, apenas a NewPOP estava presente como editora.

A COMIX “tentou” preencher a lacuna das outras editoras ausentes no evento, porém a loja colocou o preço lá em cima em diversos títulos, além de cobrar mais caro em números “raros”. Depois de um mês repleto de eventos como CCXP em que editoras estiveram lá com descontos bem generosos, chegou a ser bem decepcionante ver os preços da COMIX. Principalmente se você conhece a COMIX de outros carnavais e sabe que ela já ofereceu preços mais interessantes em eventos de animê e mangá.

Já a NewPOP prometeu desconto em suas coleções e cumpriu, trazendo títulos a todo tipo de preço, inclusive alguns clássicos da editora pelo preço de 5 reais. Se você é fã do trabalho deles, provavelmente foi ali que você gastou seu dinheiro.

Vale outro ponto curioso que o evento tinha uma loja da Anime Friends, vendendo produtos dos outros eventos dela. Assim, você poderia comprar camisetas do Ultraman da edição desse ano em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de almofadas, canecas entre outros itens. Tendo preços bem baixos, era outro ponto obrigatório para fãs dentro do evento.

Praça de Alimentação

Desde que a Maru assumiu o Anime Friends, não podemos reclamar de uma coisa. Trazendo praças de alimentação completa e de alta qualidade, aqui não foi diferente.

Tínhamos de Bob’s, Patroni, além da culinária japonesa com Takoyaki e Okonomiyaki, passando por restaurante do Ultraman trazendo lances do Ultra e dos Kaiju.

Quem frequenta os eventos Anime Friends desde os primórdios, sabe que era um dos pontos mais falhos do evento lá trás e desde a mudança de gerência isso foi corrigido e se tornando um dos destaques do evento. Realmente valia a pena consumir dentro do evento, sendo principalmente um dos atrativos do evento.

Por ter o palco do KPOP na praça de alimentação, podia parecer estranho, mas acabou se tornando uma atrações dali.

Fato curioso? Os banheiros escondidos atrás das cortinas pretas da ala. Escondidos, tinha que pedir ajuda dos seguranças para descobrir aonde eram os tais banheiros sinalizados na praça de alimentação.

Espaços temáticos

O Ressaca Friends investiu em espaços temáticos nessa edição, assim tivemos um Maid Café ao estilo do Japão, uma sala de aula para aprender desenho, estúdios fotográficos para cosplayers, além do Artists’ Alley.

O Maid Café e os espaços de cosplayers estavam bem legais, já o Artists’ Alley assumo que depois de ver os 500 do CCXP, ver 42 no Ressaca Friends foi meio decepcionante. Lógico que podemos tirar como positivo que esses que estão no evento são mais puxado para o estilo de animê e mangá, além de poder se admirar com mais atenção do que os 500 do outro evento.

Balanço geral

Esse ano tivemos uma reinvenção no modelo de negócio do Ressaca Friends, sendo que na realidade o evento anda mudando desde 2017 quando a Maru assumiu os dois eventos.

Se o evento por ser pequeno não funcionou bem no Anhembi, acabou funcionando muito melhor na Casa Verde aonde foi Brasil Comic Con. E se o modelo 2018 já tinha sido interessante, 2019 conseguiu potencializar alguns pontos que ainda precisavam ser trabalhados.

Uma pergunta que vi nas redes sociais era em relação a ausência de bandas. Foi sentida? Sinceramente não. Por causa de atrações como Just Dance que trazem uma interatividade enorme com público, o Ressaca Friends soube preencher essa lacuna com outras opções. Funcionou e sinceramente em time que está ganhando não se mexe, então acredito que pelo sucesso de modelo, acabará sendo o mesmo nos próximos anos.

Já alguns painéis como bate-papo de Editoras, me pergunto se precisa ter duas vezes ao ano com Anime Friends e Ressaca Friends fazendo a mesma palestra. E com a ausência de estande das editoras ali, acabou sendo o único espaço delas ali. Esse ano tivemos ideias como palestra com blogs e sites do segmento que pareceram ser bem mais interessantes do que usar o famoso confronto em forma de debate das editoras.

Se a renovação veio na forma de eliminar as bandas do evento, talvez o evento precisa repensar se realmente algumas de suas palestras são necessárias todas as suas edições.

Se valeu a pena o evento? Com certeza foi um bom evento e também uma opção mais barata para aqueles que não querem ou não podem ir em eventos mais caros do país. Ao mesmo tempo, Ressaca Friends fisgou um público totalmente diferente de eventos como CCXP e BGS. Ao tentar mudar seu modelo de negócio ela tenta se consolidar e se manter tão interessante quanto a sua irmã mais velha, Anime Friends.

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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