Review | Streets of Rage 4

Um dos melhores jogos de beat’ em up está de volta depois de um intervalo de 25 anos. E sabe o que é melhor? Que esse hiato fez bem a franquia e está voltou do mesmo jeito que ela foi imaginada, porém com a tecnologia de hoje.

Criada em 1991, a série rivalizava com Final Fight como um dos melhores beat ‘em up. O meu primeiro contato com a franquia foi na sua versão para Game Gear, mas não vou negar que por jogar mais em consoles da Nintendo, eu acabei jogando mais Final Fight do que a franquia Streets Of Rage. Isso não muda a sensação de nostalgia mesmo que esse retorno aliado a credibilidade das empresas  DotEmu, Lizardcube e Guard Crush Games.

Wonder Boy: The Dragon’s Trap

A primeira pergunta talvez seja quem são eles e para ela podemos responder que DotEmu foi responsável em 2017 pelo remake Wonder Boy: The Dragon’s Trap. O jogo que nasceu para Master System foi todo refeito a mão, trazendo design belíssimo sem alterar a jogabilidade do jogo original.

Devido ao sucesso com a franquia Wonder Boy, quando foi anunciado que Streets of Rage estaria sendo feito pela mesma empresa, acabei comemorando aqui a cada notícia da produção desse jogo. E nem preciso comentar a alegria que foi o anúncio do time campeão da trilha sonora desse jogo.

E sabe quando falei lá em cima que essa ausência de 25 anos fez bem a franquia? A Sega tentou muitas vezes trazer seus jogos de 8bits e 16bits para consoles atuais e tivemos um Shinobi sem nada de original 2 e até mesmo um Streets of Rage que foi cancelado várias vezes, sendo que um desses acabou sendo lançado e sendo bem aquém a o que a franquia merecia.

Se existem jogos que funcionam bem em 2D e em 3D, Streets of Rage é um jogo nasceu sendo 2D e merecia uma nova chance aonde se consagrou. Assim,  Dotemu, Lizardcube e Guard Crush Games trouxeram um clássico revisitado da forma que merecia.

A História

Passando 10 anos depois de Streets of Rage 3, o jogo traz de volta Axel Stone, Blaze Fielding e Adam Hunter. Além deles, temos novos personagens como a Cherry, filha de Adam Hunter e Floyd Iraya, um cara de implante cibernético que parece ter saído do Captain Commando.

Depois que Mr. X foi derrotado no último jogo da série, agora um novo período de crime atinge a cidade Wood Oak com os irmãos gêmeos X e Y, filhos do Mr. X. Assim é momento de trazer porradaria de volta com Axel Stone entrando nessa batalha.

Gameplay

Trazendo um jogo feito a mão, Streets of Rage 4 repete a fórmula de sucesso de Wonder Boy: The Dragon’s Trap em investir na jogabilidade clássica, mas numa beleza de detalhes que prova que um estilo de jogo sempre merece ser revisitado.

O primeiro personagem que joguei foi o clássico Axel Stone e por mais que você possa pensar que ele soe meio travado em sua jogabilidade, o personagem está exatamente como deixamos lá no Mega Drive. E é questão de se adaptar com ele, sendo um excelente personagem para utilizar nas fases. Equilibrado, o personagem nem é rápido e nem lento, tendo um enorme poder de batalha com seus especiais.

Mas vamos falar dos outros personagens novos? Porque é com a Cherry que você tem uma personagem rápida e não tem poder tão forte com Axel, mas que pode ser utilizado numa estratégia diferente de ataques ao inimigo. Em inimigos que atacam em vários pontos no cenário, uma personagem como a Cherry é fundamental para fugir de um ataque direto, sendo um bom equilíbrio em relação a personagens mais casca grossa como Axel Stone. Além disso, os seus especiais é com uma guitarra elétrica.

E Floyd Iraya? Bom, ele parece um personagem que parece saído do Captain Commando. Apelão, ele tem um poder descomunal, além de ser rápido, trazendo até um certo desequilíbrio em relação aos outros personagens. Que ele é um bom personagem? Com certeza, mas talvez você não vai querer trocar de personagem quando escolher ele pela primeira vez.

Agora vamos falar do jogo em si? Ele segue exatamente como deveria ser e estamos falando de um mapa repleto de fases continuas em que temos um chefe no final de cada uma delas. Assim, a porradaria rola solta repleta de easter eggs nos cenários, com personagens e principalmente no fundo da tela.

Trazendo uma dificuldade elevada, Streets of Rage 4 repete a fórmula original da trilogia, trazendo desafio na medida certa para continuar o desafio até a batalha final entre os gêmeos X e Y.

Jogando com os amigos

Logicamente que 25 anos trariam algumas mudanças e temos online aqui em Streets of Rage para jogar cada um na sua casa. Só que vamos ser francos? Nada supera a experiência de jogar com amigos ou com irmãos, sendo todo mundo junto e misturado.

Sei que em tempos de Covid-19 não é tão legal recomendar jogar juntos, mas convidei meu irmão para desafio de jogar em duas pessoas exatamente como era jogar os jogos antigos. E o que posso falar disso? Continua sendo a melhor experiência em explorar o jogo. Jogando em duas pessoas, podemos revezar e trazer uma experiência muito melhor do que jogar sozinho.

Mas sabe o que é mais curioso do que jogar em duas pessoas? É que o jogo muda seu desafio de acordo com a quantidade de personagens em cena. Algumas vezes, tínhamos uma dificuldade maior em cena do que com um personagem jogável. Então vale fazer a experiência e marcar de zerar um jogo desses.

Trilha sonora

Vamos falar da cereja do bolo? Yuzo Koshiro foi a pessoa que deu o tom ao jogo original, inclusive definindo jogo como um que tem uma trilha sonora a frente do seu tempo. E vale citar que ele também fez a trilha do jogo The Revenge of Shinobi.

Aqui a missão ficou a cargo de Olivier Deriviere, porém ele coordenou um “dream team” que inclusive contou com os nomes de Yuzo Koshiro e Motohiro Kawashira que trabalharam na trilogia original.

Mas o jogo reuniu um time muito maior e envolveu até mesmo nomes como Yoko Shimomura que trabalhou na série Final Fight da Capcom. Mas se for falar de nomes de peso, temos Keiji Yamagishi que trabalhou na trilha sonora de Ninja Gaiden e Harumi Fujita que trabalhou em jogos como Ghost ‘n Goblins, Strider e Chip ‘n Dale: Rescue Rangers.

E falando das músicas propriamente ditas, Streets of Rage 4 homenageia a série clássica como também apresenta uma trilha sonora muito acima da média. E sim, ela provavelmente continuará sendo a frente do seu tempo, sendo a melhor coisa que você já ouviu.

Opinião

Definitivamente Streets of Rage 4 foi um jogo produzido com “carinho” por sua equipe. Gostoso de jogar e repleto de referências que vão de trilha sonora, jogabilidade e easter eggs. É uma experiência completa e um jogo do mesmo tamanho que os originais.

Então podemos dizer que o trabalho iniciado Wonder Boy: The Dragon’s Trap deu certo e torcer que essas três empresas olhem para outras franquias paradas. Alguém disse Alex Kidd e Shinobi? E se o céu for o limite, um Final Fight ou mesmo um Captain Commando novo sendo feitos nesses moldes seria tudo de bom para os jogadores que ficaram na pilha de jogar algo do gênero, depois desse aqui.

A única ressalva que faço é que particularmente não gosto muito da arte do jogo e acho que ela se afastou do jogo original. Atualizou os personagens, mas trouxe um traço que sinceramente não lembra os mesmos.

Streets of Rage 4 é um jogo para ser jogado diversas vezes  e principalmente para liberar todo conteúdo extra que ele tem. E esse é um jogo para ser jogado com amigos, então reúna ela em casa ou online para matar as saudades dos anos 1990.

Trailer de Lançamento

Streets of Rage 4

Desenvolvedora: DotEmu / Lizardcube
Guard Crush Games

Publicadora: DotEmu

Produtor: Cyrille Imbert

Compositores: Olivier Deriviere, Yuzo Koshiro, Motohiro Kawashima

Plataformas: Microsoft Windows,
Nintendo Switch. PlayStation 4 e Xbox One

Lançamento: 30 de abril de 2020

Gênero: Beat ‘em up

Agradecimentos a DotEmu / Lizardcube /Guard Crush Games

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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