Review | Marvel vs Capcom: Infinite (Versão Juba)

Marvel contra a Capcom sempre é um evento. Nascendo derivado de X-Men: Childen of the Atom em 1994 e Marvel Super Heroes em 1995, tivemos os primeiros jogos da série versus com X-Men vs. Street Fighter e Marvel Super Heroes vs. Street Fighter. Jamais imaginaríamos que estaríamos falando disso hoje em dia, passado 23 anos dos primeiros jogos que desencadearam essa série, sendo que muito menos teríamos um novo jogo, como Marvel vs Capcom: Infinite.

Mas por quê resgatar o passado? Justamente, porque esses jogos influenciaram e trouxeram inspirações para o novo jogo da série. Além disso, cada vez que a Marvel se encontra com a Capcom, ambas as empresas estão em momentos totalmente diferentes, podendo se perceber em seus respectivos elencos, as mudanças que cada empresa sofreu.

Isso sem contar os consoles, já que o Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes no Playstation 1 não dava para utilizar dois personagens ao mesmo tempo, transformando o segundo em assistência. Tal limitação ficou para trás, numa época que o jogo foi portado para Playstation 1 e Dreamcast, tornando a segunda bem mais interessante que a primeira.

Mas faziam 6 anos que as duas empresas não se encontravam, sendo que essa é a sexta vez que ambas as empresas se encontravam. Também sendo a primeira vez que o jogo era focado em consoles e não nos fliperamas.

Já em termos de produção, sai o MT Framework, utilizado em Marvel Vs. Capcom 3 / Resident Evil 5, entra Unreal Engine 4, o que realça ainda os personagens do jogo, porém só não fica melhor, talvez por algumas escolhas infelizes em termo de design de personagem ali presente.

Um novo modo história

A Capcom está aprendendo a contar uma história em seus jogos de luta. Depois de lançar com meses de atraso no Street Fighter V, o que tirou parte do brilho do jogo, aqui tivemos um modo história presente e bastante interessante. Em termos de influência, podemos realmente sentir que esse modo é inspirado em Mortal Kombat e Super Smash Bros. Brawl.

Trazendo diversas reviravoltas, a história nasce do encontro de Sigma com Ultron. Os dois acabam se fundindo se aprimorando, tornando um inimigo comum tanto na Marvel como na Capcom.

Mas a história de verdade tem início com encontro de Jedah Doham (Darkstalkers) e Morte (Marvel Comics). Num acordo que iria balancear o número de vivos e mortos dos dois lados do universo.

Só que Ultron e Sigman quando se fundem, acabam usando as joias do infinito de Realidade e Espaço, assim fundindo os dois universos, gerando lugares que misturam tanto lugares da Capcom, como da Marvel, vide que a Torre dos Vingadores fica em Metro City, Xsgard é a mistura de cidade de MegaMan com Thor, Valkand reúne Monster Hunter com Wakanda do Pantera Negra.

Jogabilidade

O jogo homenageia mais de 20 anos de jogos desses encontros, trazendo versus de dois contra dois do Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes, os poderes das Joias do Infinito de Marvel Super Heroes só que como Groove System do SNK VS Capcom 2.

Já falando em termos de controle, temos um controle bastante fácil, que flui os golpes, deixando para R1 a função de trocar de personagem (no caso de Playstation 4).

O elenco

No jogo anterior, tivemos a confirmação do produtor que a Marvel sugeriu não usar o Quarteto Fantástico (porém ele queria usar o Surfista Prateado e não conseguiu colocar uma mecânica que funcionasse). Numa época que a Disney assumiu a Marvel, sabemos que alguns licenciamentos mudaram e algumas escolhas por parte da empresa também.

Se a série Versus nasceu com os personagens do X-Men, seria natural termos Wolverine, Ciclope, Tempestade, Homem de Gelo entre outros aqui no jogo. Sabemos de toda teoria da conspiração sobre o “não uso” dos personagens nos quadrinhos, a morte do Wolverine, entre outros fatos, devido os filmes da Disney/Marvel contra X-Men/Fox. Não podemos afirmar, porém os personagens sumiram da franquia e se você tem nostalgia pelos outros, provavelmente sentirá falta, mas assumo que a história está tão amarrada que da minha parte não senti tanta falta dos personagens.

E se olharmos para o cinema e para os quadrinhos, o elenco do lado da Marvel é bem condizente para o leitor atual e/ou quem está assistindo os filmes no cinema. Trazendo um Homem de Ferro com a mesma personalidade dos cinemas, uma Capitã Marvel que é destaque nos quadrinhos e irá estrear também nos cinemas, podemos afirmar que as escolhas foram bem acertadas. Talvez aquele Thor que fala de forma correta e antigamente, não seja o que a maioria do público dos cinemas conheça, mas entendo que ele foi usado como contraponto para o Arthur de Ghosts ‘n Goblins.

E se Rocket Raccon volta com mesmo ácido que tem nos cinemas, também temos a chegada de Gamora, enfatizando o sucesso de Guardiões da Galáxia nos cinemas. Utilizando esses critérios, infelizmente perdemos personagens engraçadíssimos e que eu gostava muito de jogar, como She-Hulk, porém imagino que a cota verde esteja preenchida com Gamora e Hulk.

Mas a maior surpresa da Marvel é jogar com Thanos. Devido a um inimigo tão forte como Ultron Sigma, acabamos tendo a oportunidade de jogar com Thanos, numa proporção bem mais “normal” com os demais personagens, sendo uma ótima novidade.

Da parte da Capcom, tivemos velhos conhecidos como Strider Hiryu, como também um Dante que tem visual estranho, parecendo uma mistura das suas duas encarnações.

Infelizmente o maior erro do jogo foram Chun-Li e Ryu, da série Street Fighter. Por mais que tenham sido atualizados do demo para a versão final, ambos os personagens estão muito diferentes dos jogos originais. A jogabilidade está normal, mas o visual deles deixa a desejar.

Mas se formos falar de acerto, não posso deixar de citar a escolha de MegaMan X e Zero. Os visuais dos dois personagens estão exatamente iguais aos jogos da própria Capcom, além de ambos os personagem roubarem a cena. Além disso, ver Homem de Ferro conversando com Doutor Light sobre Sigma, acredito que todo fã da série X se sentiu homenageado ali.

Lembrando ainda que a ideia de aproximar dos filmes ainda ganhamais forma com DLC (de quem fez pré-venda) com a roupa do Thor do novo filme, Thor: Ragnarok.

Novos personagens

É interessante que o jogo sugere não acabar com o fim do modo história, assim temos uma sensação que os novos personagens trarão ainda mais história a ser contada.

Entre os personagens confirmados no set de 2017, temos Pantera Negra, Viúva Negra, Monster Hunter, Sigma, Venom e Soldado Invernal. Sendo que metade deles já está disponível desde outubro com Pantera Negra, Sigma e Monster Hunter. Além disso, o traje alternativo do Homem Aranha no filme De volta ao lar, também já se encontra disponível.

E paralelo a isso, ainda temos três packs de roupas que foram lançados também em outubro, sendo que também existe uma versão chamada “Premium Costume Pass” para quem prefere comprar pra todos de uma vez.

Diversão

Ta ai um quesito que vale a compra do jogo. Se jogar com amigos já era divertido, seja em casa ou online, agora com modo história tão robusto e repleto de cenas animadas, acaba sendo uma cereja do bolo.

O jogo poderia ganhar uma versão animada de tantas cenas que estão ali. O único porém é que parte delas, você já tinha visto no demo lançado na E3 desse ano, o que dá uma sensação de Deja Vu, mas se for pra destacar algo. A diversão existe no jogo e vale e muito jogar sozinho ou com amigos.

Trailer

Localização

A Capcom fez um bom trabalho em português, legendando toda a história, traduzindo menus e trazendo todo suporte para o nosso idioma.

Lógico que é estranho ouvir o jogo 100% em inglês, mas acreditamos que seja devido o grande quantidade de personagens da editora americana. Mas esperamos um DLC posteriormente em que possa baixar áudio em japonês dos personagens da Capcom, por mais impossível que seja.

Pós-Créditos? Continuação?

Esse jogo tem uma cena pós créditos, igual os filmes da Marvel, então torcemos que seja o primeiro de uma nova série de jogos entre as duas empresas. Agora que elas tem esse universo “próprio” em que seus personagens vivem um mundo fundido, talvez gere muito conteúdo bacana num futuro.

Versão física

Lançada em parceria com a Warner Games no Brasil, a Capcom trouxe uma versão física que vem um baralho da Capcom x Marvel dentro da embalagem. Mas as novidades não acabam por aí, porque o baralho na realidade são os especiais de cada personagem, assim sendo um ótimo item de colecionador.

Além disso, ele vem com os códigos de roupas alternativas de Thor, Capitã Marvel e Evil Ryu.

Nota

8/10

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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