Depois de anos explorando mundos futuristas e grandes produções, Luc Besson volta sua câmera, ou melhor, seu celular, para uma história intimista e profundamente emocional. June e John, que estreia nos cinemas brasileiros no dia 12 de junho, marca o retorno do cineasta francês ao cinema de autor, onde o sentimento pulsa mais forte do que os efeitos especiais.
Estrelado por Luke Stanton Eddy e Matilda Price, o filme é descrito como “uma história de amor inesquecível”, mas seu interesse vai além do romantismo evidente. Besson escolheu filmar June e John inteiramente com smartphones, um recurso que, longe de ser uma limitação técnica, funciona como extensão de seu desejo de narrar algo mais cru, direto e sensorial. A escolha se conecta à sua trajetória. O diretor de O Profissional e Subway sempre foi reconhecido por usar a estética a serviço da emoção.
A produção nasceu durante a pandemia, período que obrigou o cineasta a repensar escala, estrutura e narrativa. O resultado é um longa que se despe do grandioso para reencontrar o essencial: os sentimentos humanos. Com cores vibrantes e fotografia orgânica, June e John transforma a paixão dos protagonistas em experiência visual, quase sinestésica. O romance é apresentado não apenas como tema, mas como energia que move o mundo, um impulso de vida que rompe com a monotonia e convida o espectador a redescobrir a beleza no cotidiano.
Luc Besson não se propõe a contar apenas uma história de amor. Ele convida o público a sentir junto. Há um impulso quase militante de resgatar o encantamento que o cinema pode proporcionar mesmo em seus formatos mais simples. O filme é, assim, uma espécie de manifesto afetivo e estético. Basta um olhar, um gesto, um momento, e um celular, para que o amor se torne épico.
Distribuído pela Diamond Films, June e John chega às telonas no Dia dos Namorados e oferece uma alternativa sensível ao público que busca mais do que fórmulas românticas. É uma oportunidade rara de ver um diretor consagrado explorar, com liberdade criativa e artesanal, aquilo que o fez ser reconhecido desde o início: a capacidade de emocionar com autenticidade.
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