O cinema sul-coreano continua em destaque no Brasil, e a estreia de Na Teia da Aranha no dia 12 de junho reforça essa presença. O longa marca o retorno de Kim Jee-woon às telas brasileiras, e pela primeira vez, o renomado diretor estará no país para uma coletiva de imprensa e para participar da 14ª Mostra de Cinema Coreano, evento promovido pela Pandora Filmes em parceria com o Centro Cultural Coreano no Brasil.
Com distribuição da Pandora Filmes, Na Teia da Aranha (Cobweb, no original) é estrelado por Song Kang-ho, ator consagrado por papéis em Parasita e Memórias de um Assassino. A trama se passa nos anos 1970, em plena ditadura militar na Coreia do Sul, e mistura comédia dramática, crítica ao autoritarismo e metalinguagem cinematográfica. No enredo, um diretor obcecado começa a ter sonhos com um final alternativo para seu filme recém-finalizado. Convencido de que esse novo encerramento pode transformá-lo em uma obra-prima, ele tenta retomar as filmagens por mais dois dias. Mas a censura entra em cena, o elenco não compreende o novo roteiro e o caos toma conta do set.
O longa brinca com a forma ao alternar cenas em preto e branco — que representam o filme dentro do filme — com cenas em cores, dando ao espectador uma experiência que reflete o processo criativo e os bastidores do fazer cinematográfico. Ao mesmo tempo, Na Teia da Aranha homenageia o cinema coreano clássico e expõe os conflitos enfrentados por artistas em tempos de repressão.
O filme foi exibido fora de competição no Festival de Cannes e também integrou a mostra competitiva do 70º Festival de Cinema de Sydney. A recepção crítica tem sido bastante positiva, com destaque para a originalidade da narrativa, o humor ácido e a performance de Song Kang-ho.
Kim Jee-woon é um dos principais nomes do cinema asiático contemporâneo. Começou sua carreira no teatro e se destacou no cinema por sua capacidade de transitar entre gêneros. De comédias sombrias como The Quiet Family ao terror de A Tale of Two Sisters, passando pelo faroeste pop The Good, The Bad, The Weird e pelo thriller brutal I Saw the Devil, o diretor construiu uma carreira marcada por estética refinada, tensão psicológica e crítica social. Na Teia da Aranha segue essa mesma linha, agora voltando-se para os próprios bastidores do cinema.
A visita de Kim Jee-woon ao Brasil promete movimentar a cena cultural e deve atrair tanto o público cinéfilo quanto novos fãs do cinema coreano. Os detalhes sobre a coletiva de imprensa e os eventos ligados à mostra ainda serão anunciados.
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