Rodrigo Aragão está de volta ao cinema de terror com Prédio vazio, uma nova produção que mistura horror psicológico com atmosfera urbana e identidade brasileira. O longa estreia nos cinemas de todo o Brasil no dia 12 de junho, com sessões antecipadas em algumas cidades já na semana anterior.
Vencedor do Prêmio Retrato Filmes na 28ª Mostra de Tiradentes, o filme marca uma virada na carreira do cineasta capixaba: é a primeira vez que Aragão deixa para trás os cenários rurais para explorar o medo nos espaços urbanos. Em vez de florestas e mangues, agora o horror se instala em um prédio abandonado no litoral de Guarapari, Espírito Santo.
A trama acompanha Luna, uma jovem que retorna à cidade natal após o desaparecimento misterioso de sua mãe no último dia de Carnaval. Durante a busca, ela encontra um edifício aparentemente vazio — mas que, aos poucos, revela ser habitado por presenças sombrias. A cidade, conhecida por suas praias lotadas na alta temporada, se transforma em um ambiente deserto, silencioso e assustador, onde o cotidiano dá lugar ao sobrenatural.
Rodrigo Aragão, conhecido por clássicos do cinema de gênero nacional como Mangue Negro, Mar Negro e O Cemitério das Almas Perdidas, traz novamente sua assinatura marcante: efeitos práticos feitos com precisão artesanal e muito sangue. A estética continua afiada, mas com uma ambientação nova, que evoca a tensão dos filmes de terror japoneses sem deixar de lado a alma brasileira.
A trilha sonora é de Fepaschoal, enquanto Alexandre Barcelos assina a fotografia e Priscilla Huapaya assume a direção de arte. O próprio Aragão dirige, roteiriza e cuida dos efeitos especiais, com produção executiva de Mayra Alarcón. A montagem ficou a cargo de Thiago Amaral.
A distribuição fica por conta da Retrato Filmes, que vem apostando em obras independentes e com forte identidade autoral. O prêmio conquistado pelo longa em Tiradentes rendeu não só a distribuição como também um investimento de R$ 100 mil na campanha de lançamento. Segundo os fundadores da distribuidora, Daniel Pech e Felipe Lopes, a proposta do prêmio é fortalecer a diversidade no audiovisual e impulsionar narrativas ousadas no mercado brasileiro.
Com mais de 30 anos de carreira, Rodrigo Aragão já teve seus filmes exibidos em mais de 125 festivais ao redor do mundo e conquistou 34 prêmios. Ele também é responsável pela Fábulas Negras, produtora que elevou o cinema de terror nacional com obras que dialogam com o folclore brasileiro. Inclusive, Prédio vazio foi construído com o mesmo cuidado que fez sua reputação: um terror enraizado no local, mas com alcance global.
Se você é fã de horror nacional, prepare-se para um mergulho denso, atmosférico e repleto de tensão. Prédio vazio é mais uma prova de que o cinema de gênero feito no Brasil continua pulsando com originalidade e coragem.
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