Enquanto as grandes produções desfilam no tapete vermelho do Festival de Cannes 2025, o Estado de São Paulo chama atenção nos bastidores do evento, apresentando dez cidades do interior paulista como potenciais locações para o cinema internacional. A ação acontece durante o Marché du Film, o principal mercado audiovisual do mundo, que ocorre entre os dias 13 e 24 de maio, e faz parte da homenagem ao Brasil como país convidado da edição.
Com o slogan “São Paulo: Um Estado para Todas as Cenas”, a iniciativa é liderada pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e pela São Paulo State Film Commission, com apoio do Museu da Imagem e do Som (MIS). O objetivo é claro: mostrar ao mundo que São Paulo tem cenários cinematográficos prontos para produções globais.
As cidades selecionadas foram Amparo, Botucatu, Iguape, Itu, Piracicaba, São João da Boa Vista, Santos, Bananal, Ribeirão Preto e Bauru. A escolha veio de uma chamada pública que avaliou o potencial paisagístico, arquitetônico, cultural e a infraestrutura de apoio à produção audiovisual. Os municípios agora fazem parte de um catálogo digital oficial com fotos e informações detalhadas, disponível no site da São Paulo State Film Commission.
Entre os destaques do catálogo estão locais como o casario colonial de Iguape, datado dos séculos XVII e XVIII, o Palacete Monte Alegre em Piracicaba, a tradicional Choperia Pinguim em Ribeirão Preto, o Museu da Psiquiatria em Santa Rita do Passa Quatro e o Cemitério da Saudade em Bauru. E tem mais: até junho, outros dez municípios devem ser adicionados à publicação.
Durante o evento em Cannes, São Paulo também participa de painéis e reuniões estratégicas. No dia 14 de maio, foi realizado o Welcome São Paulo Venue: Cinema do Brasil. No dia 15, aconteceram cerimônias de assinatura de acordos com fundos internacionais. Já em 17 de maio, será lançado oficialmente o Hub Audiovisual de São Paulo — uma plataforma que promete impulsionar ainda mais a internacionalização da produção paulista.
A história do cinema brasileiro já tem raízes profundas em São Paulo. Filmes como Caiçara (1950), rodado em Ilhabela, O Cangaceiro (1953), filmado em Vargem Grande do Sul, Floradas na Serra (1954), em Campos do Jordão, e Dois Córregos (1999), gravado na cidade homônima, mostram que o interior paulista sempre foi um terreno fértil para o audiovisual.
E os números comprovam o momento promissor. Apenas em 2024, a capital paulista bateu recorde com 1.168 produções registradas, superando os números anteriores à pandemia. Desde a criação da São Paulo Film Commission, em 2016, já foram apoiadas mais de 7.600 filmagens.
Hoje, o Estado de São Paulo concentra mais de 60% da produção audiovisual do Brasil. Com estúdios modernos, profissionais qualificados e uma infraestrutura completa — que inclui rodovias, aeroportos, rede hoteleira e gastronomia —, São Paulo se consolida como um dos destinos mais estratégicos para produções cinematográficas e televisivas internacionais.
O destaque em Cannes mostra que o interior paulista não é apenas cenário: é parte viva da narrativa do cinema brasileiro, pronto para brilhar nas telas do mundo todo.
