O canal Lifetime estreia no dia 31 de maio, às 22h, o filme A Octomãe (I Was Octomom – The Natalie Suleman Story), um drama biográfico que revisita a trajetória de Natalie Suleman, a mulher que ganhou manchetes em 2009 ao dar à luz óctuplos concebidos por fertilização in vitro — os primeiros sobreviventes do tipo no mundo. O caso, que inicialmente pareceu um milagre da medicina, rapidamente se transformou em uma tempestade de controvérsias, acusações e sensacionalismo.
Interpretada por Kristen Lee Gutoskie (The Handmaid’s Tale, Chicago Fire), Suleman tem sua história contada sob uma nova perspectiva, com o acréscimo valioso de seus próprios depoimentos. O filme busca ir além da imagem que dominou os noticiários, resgatando os bastidores de uma decisão médica incomum e suas consequências emocionais, familiares e sociais.
A mulher por trás da manchete
Quando engravidou dos óctuplos, Natalie Suleman já era mãe de seis crianças — todas também concebidas por FIV. Aos 33 anos, sem companheiro e vivendo com os pais, ela desejava “apenas mais um filho” e voltou ao mesmo especialista em fertilidade. Um erro médico levou à implantação de doze embriões, dos quais sete foram confirmados viáveis. No dia do parto, em 26 de janeiro de 2009, um oitavo bebê foi inesperadamente encontrado, todos nascendo com saúde.
No entanto, a comoção inicial cedeu lugar à condenação pública. Desempregada, sozinha e sem uma rede de apoio forte, Natalie viu sua vida ser invadida e julgada pelos meios de comunicação, enquanto tentava criar 14 crianças. A imprensa a apelidou de “Octomãe” e a colocou no centro de um debate ético, moral e midiático.
Entre a sobrevivência e o colapso
A Octomãe não evita os momentos mais delicados dessa trajetória. O roteiro de Kelly Fullerton e a direção sensível de Brianne Nord-Stewart acompanham as difíceis escolhas que Suleman fez para manter sua família: desde entrevistas pagas e ensaios fotográficos até a controversa decisão de participar de um filme adulto. Essas ações, muitas vezes mal interpretadas, revelam uma mãe desesperada tentando preservar sua casa e sua dignidade.
O filme também apresenta figuras centrais da vida de Natalie: a melhor amiga Beth (Caitlin Stryker), sua mãe Angela (Anita Wittenberg), com quem teve uma relação conflituosa, e o pai Eddie (David Allan Pearson), uma presença afetuosa e constante.
Redenção longe dos holofotes
A exposição intensa levou Natalie a um colapso emocional. Diagnosticada com ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático, afastou-se temporariamente dos filhos para se tratar e reconstruir sua vida. Foi nesse momento de introspecção que ela reencontrou sua fé e um novo propósito: viver discretamente e criar seus filhos com amor e estrutura.
Hoje, com os óctuplos prestes a completar 16 anos e os filhos mais velhos já adultos, Natalie ressurge com um olhar mais maduro e generoso sobre sua própria história. Mais do que uma curiosidade médica ou um escândalo, A Octomãe revela o drama humano de uma mulher que ousou desafiar convenções e pagou um preço alto por isso.
Além do sensacionalismo: uma história de amor materno
Mais do que reviver um caso que dominou a mídia, A Octomãe oferece um raro retrato de resiliência feminina diante do julgamento público. É uma narrativa sobre a maternidade levada ao limite, sobre erros e sobrevivência, mas também sobre empatia e perdão. Uma história que convida o espectador a olhar além das manchetes e compreender as camadas de uma vida marcada pela exposição e, finalmente, pela busca de paz.
Ficha Técnica
A Octomãe (I Was Octomom – The Natalie Suleman Story, 2025, EUA)
Direção: Brianne Nord-Stewart
Roteiro: Kelly Fullerton
Elenco: Kristen Lee Gutoskie, Caitlin Stryker, Anita Wittenberg
Classificação indicativa: 14 anos
Gênero: Drama biográfico
Estreia: 31 de maio, sábado, às 22h, com exclusividade no Lifetime