A partir de 29 de maio, duas obras fundamentais do cinema brasileiro voltam a ser exibidas nos cinemas através da Sessão Vitrine Petrobras: o curta-metragem Ilha das flores (1989) e o longa Saneamento básico, o filme (2007), ambos dirigidos por Jorge Furtado e produzidos pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Esta reestreia é muito mais que uma ação de catálogo — é uma chance de redescobrir, em tela grande, dois títulos que souberam, cada um à sua maneira, questionar com ironia e inteligência o país que somos.
Abaixo, cinco motivos que tornam esse relançamento imperdível para qualquer fã de cinema brasileiro:


1 . Um elenco que marcou época

Saneamento básico, o filme traz um dos elencos mais afiados do audiovisual nacional. Fernanda Torres, no papel de Marina, entrega uma das atuações mais carismáticas e afinadas de sua carreira. Ao lado dela, Wagner Moura e Camila Pitanga demonstram total domínio da comédia, equilibrando sutileza e exagero com precisão. Lázaro Ramos, Bruno Garcia e Tonico Pereira completam o time com participações que elevam ainda mais o humor da narrativa. Ver esses nomes juntos em uma comédia que brinca com metalinguagem e crítica política é um prazer raro.
2. Humor que faz pensar

Já Saneamento Básico, o Filme traz outro tom — o da sátira — para abordar a burocracia e os entraves das políticas públicas brasileiras. O enredo acompanha moradores de uma pequena vila no sul do país que, sem verba para construir uma fossa, decidem usar recursos da cultura para fingir que estão produzindo um filme de ficção. Resultado: uma comédia inteligente e atualíssima sobre criatividade e resistência no Brasil.
No elenco, nomes como Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga e Lázaro Ramos dão vida a personagens carismáticos e divertidos. Fernanda, em especial, brilha como Marina, uma professora entre a ingenuidade e o desespero cômico. A química entre os atores e o roteiro afiado fazem do longa uma verdadeira joia do cinema nacional.
3. Jorge Furtado em dose dupla
Poucos cineastas brasileiros conseguiram articular uma linguagem própria com tanta clareza quanto Jorge Furtado. Seus filmes são reconhecíveis pela montagem dinâmica, pelo texto afiado e pela capacidade de transformar temas complexos em narrativas acessíveis e impactantes. Ver Ilha das flores e Saneamento básico juntos é quase como percorrer um arco da carreira do diretor — do experimentalismo narrativo ao domínio da ficção cômica com viés social. É cinema brasileiro em estado puro: inventivo, provocador e profundamente nosso.
4. Cópias restauradas e ingressos acessíveis
A Sessão Vitrine Petrobras traz os dois títulos em cópias digitais restauradas, garantindo uma qualidade de som e imagem compatível com o que há de melhor nas salas de exibição atuais. E o melhor: os ingressos terão preço reduzido, com valores de até R$ 20, em uma iniciativa que busca ampliar o acesso e valorizar o patrimônio cinematográfico nacional. É uma forma concreta de colocar o público em contato com a memória do cinema brasileiro — e, por que não, da própria história do país.
5. Ver (ou rever) esses clássicos no cinema é uma experiência coletiva valiosa
Em tempos de streaming e consumo individualizado, assistir a filmes como esses em uma sala de cinema é mais do que nostalgia — é um gesto político e afetivo. A tela grande intensifica o impacto visual de Ilha das flores e amplia o riso coletivo em Saneamento básico. A redescoberta dessas obras em ambiente imersivo é um convite a relembrar o poder do cinema como arte que provoca, emociona e transforma.