A nova temporada de Drag Race Brasil já começou a agitar os fãs do universo drag com os primeiros nomes revelados do elenco. Entre os destaques anunciados estão duas representantes do estado de São Paulo: Bhelchi e Mercedez Vulcão, queens com trajetórias marcadas por arte, resiliência e muito talento.
Bhelchi: da dança ao glamour pandêmico
Com 37 anos, Bhelchi nasceu artisticamente durante a pandemia, em um momento de introspecção e reinvenção pessoal. Foi em um workshop de maquiagem que ela começou a esboçar sua identidade drag — uma homenagem direta ao cantor Belchior, cuja música e poesia embalam sua estética e performance. Inspirada no álbum Alucinação, a queen carrega a essência da reinvenção e da resistência artística em tempos difíceis.
Ex-bailarino profissional, coreógrafo e professor, Bhelchi trouxe para sua drag o requinte técnico da dança clássica e contemporânea. As apresentações são marcadas por energia, sensibilidade e dublagens desafiadoras, com influência do balé e do jazz. Fora dos palcos, a queen também é formada em moda, costura seus próprios looks e aposta em um visual versátil, com cores vivas, cortes ousados e um toque sempre antenado nas tendências fashion.
Multitalentosa, Bhelchi já brilhou em palcos nacionais e internacionais como dançarino e agora busca, no palco de Drag Race Brasil, honrar a história drag brasileira com suas habilidades e sensibilidade, além de inspirar outras artistas com sua trajetória de superação e autoconhecimento.
Mercedez Vulcão: teatro, drama e Almodóvar
Já Mercedez Vulcão, 36 anos, vem da tradição dos palcos teatrais e incorpora o drama como ninguém. Antes de mergulhar no mundo drag, Pedro Machitte já era conhecido nos bastidores do teatro paulistano, mas enfrentava o desconforto de viver personagens que não refletiam sua verdade. A arte drag foi, então, um canal para expressar aquilo que sempre esteve dentro dele: uma persona feminina forte, cômica e intensa.
Desde 2015, Mercedez se consolidou como uma das drags mais expressivas da cena. Seus trabalhos em peças como Café com Trauma, Bom Dia Drag Queen e uma irreverente releitura de Rei Lear no Sesc Consolação mostram como o teatro e a arte drag podem andar de mãos dadas — até mesmo quando se trata de Shakespeare. Versátil, a queen transita com facilidade entre números dramáticos e hits latinos animados, sempre com improviso, comédia e emoção à flor da pele.
Com uma estética influenciada por Pedro Almodóvar, Mercedez Vulcão aposta na intensidade e na teatralidade como assinatura. Seu nome, aliás, remete à potência de uma paixão em erupção. Reconhecida como uma lipsync assassin, ela promete incendiar a competição com sua presença magnética e uma bagagem artística rica em referências e emoção.
Representatividade e força paulista no elenco
A presença de Bhelchi e Mercedez Vulcão reforça o protagonismo de São Paulo na cena drag nacional e amplia a diversidade de experiências e estilos que o público poderá acompanhar na nova temporada. Com trajetórias distintas, mas igualmente potentes, as duas queens representam diferentes caminhos de expressão artística dentro da cultura drag.
A 2ª temporada de Drag Race Brasil ainda não tem data de estreia confirmada, mas a revelação do elenco já aquece o coração dos fãs que aguardam ansiosos por mais glamour, emoção, humor e talento brasileiro na passarela mais icônica do país.
