O documentário EROS, dirigido por Rachel Daisy Ellis, chega às salas de cinema brasileiras nesta quinta-feira (12) com uma proposta inédita de investigação da maior instituição erótica do país: o motel. O filme tem distribuição da Fistaile e estreia após sessões de pré-estreia em São Paulo, Recife e Brasília, todas recebidas com entusiasmo pelo público.
O motel como espaço de intimidade e reflexões

Mais do que uma análise sobre o sexo, EROS se aprofunda nas múltiplas dimensões da intimidade vivenciada dentro das suítes de motel. A cineasta convidou frequentadores de diversas regiões do Brasil para registrar uma noite de suas vidas usando seus próprios celulares. Essa escolha pela autorregistro cria uma narrativa rica, entrelaçando experiências pessoais que abordam amor, solidão, liberdade, confiança e introspecção.
Descrito pela diretora como um “pornô existencial”, o documentário revela como o motel é palco não apenas do prazer físico, mas também de uma vulnerabilidade reveladora sobre as relações humanas e a cultura brasileira em torno desses espaços tradicionais.
Linguagem única e participação dos personagens
A decisão de utilizar o autorregistro como linguagem principal permitiu que os personagens protagonizassem suas próprias histórias, numa mistura instigante de performance e observação. Rachel Daisy Ellis destaca o impacto desse método: “Quando vi as primeiras filmagens dos personagens, fiquei impressionada. Havia algo mágico, entre o exibicionismo e a partilha íntima, que foi muito especial.”
Antes da estreia oficial, o documentário foi exibido no REAG Belas Artes, em São Paulo, com ingressos esgotados e debate com a diretora, a jornalista Barbara Demerov e o psicanalista Pedro Ambra. Sessões em Recife e Brasília também registraram excelente público e repercussão. A experiência coletiva de assistir ao filme tem forte impacto emocional, refletindo as múltiplas reações que EROS provoca.
Trajetória e produção
O documentário já passou por festivais renomados, como a Mostra de Cinema de Tiradentes e o CPH:DOX, na Dinamarca, consolidando-se como um título relevante no cenário nacional e internacional. Produzido pela Desvia em coprodução com Ponte, EROS conta com montagem de Matheus Farias, desenho e mixagem de som de Nicolau Domingues, entre outros colaboradores.
Ficha Técnica
Direção e Argumento: Rachel Daisy Ellis
Produção: Dora Amorim, Rachel Daisy Ellis
Empresa Produtora: Desvia
Coprodução: Ponte
Montagem: Matheus Farias
Desenho e Mixagem de Som: Nicolau Domingues, Mauricio D’Órey
Locais de exibição na estreia
Aracaju (SE), Salvador (BA), Vitória (ES), Belo Horizonte (MG), Poços de Caldas (MG), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Balneário Camboriú (SC), São Paulo (SP) e Niterói (RJ).
O projeto foi contemplado pelo Edital da Lei Paulo Gustavo, com recursos da Secretaria de Cultura do Recife, da Fundação de Cultura Cidade do Recife e do Ministério da Cultura.