A cerimônia de premiação da terceira edição do Sony Future Filmmaker Awards aconteceu na noite de quinta-feira (5), nos estúdios da Sony Pictures, em Culver City, Califórnia. Mais do que celebrar jovens realizadores, o evento reafirmou seu papel como uma importante vitrine para cineastas emergentes que buscam reconhecimento e inserção na indústria cinematográfica global.
O prêmio, criado pela Creo em parceria com a Sony, tem como missão revelar novos nomes do cinema e facilitar o diálogo entre jovens talentos e profissionais consolidados de Hollywood. Em 2025, a iniciativa reuniu mais de 11.750 filmes enviados por cerca de 7.500 cineastas de 158 países e territórios. Desse universo, 30 finalistas de 18 nações foram selecionados — um retrato da diversidade e vitalidade do cinema independente contemporâneo.
Júri de peso e cerimônia com nomes da indústria
A cerimônia teve apresentação do jornalista Denny Directo, vencedor do Emmy, e contou com a presença de figuras importantes do audiovisual internacional. O júri, composto por profissionais de destaque, também ficou responsável por anunciar os vencedores de cada categoria. Entre eles, Jason Reitman — indicado ao Oscar por Juno e Amor sem Escalas — apresentou o prêmio de Ficção. A categoria Estudante foi anunciada por Tatsuhito Tabuchi, da Sony Corporation; Animação por Minhal Baig, roteirista e diretora; e Não Ficção por Elizabeth Gabler, presidente da 3000 Pictures.
Além de troféus e reconhecimento, os vencedores receberam US$ 5 mil, equipamentos profissionais da Sony e a chance de integrar um programa de formação com nomes da indústria cinematográfica internacional, promovendo trocas e parcerias para futuros projetos.
Destaques da edição 2025
Ficção – My Demon, de Rossana Montoya (Colômbia)
Com um plano-sequência de 17 minutos, o curta colombiano mergulha no drama de Eva e Jacobo, casal em crise que se dirige ao hospital para o nascimento do primeiro filho. A câmera sem cortes acompanha cada gesto e silêncio do casal, intensificando a tensão emocional. A narrativa minimalista é elevada por atuações contidas e uma direção que aposta no tempo real para construir a intimidade dos personagens.
Não Ficção – Travelling Home, de Juliet Klottrup (Reino Unido)
Filmado em 16mm, o documentário acompanha a jornada de um romancista em direção ao Appleby Fair, tradicional feira cigana do Reino Unido. O curta retrata temas como pertencimento, tradição e identidade rural com lirismo visual e ritmo contemplativo, reforçando o olhar autoral da diretora.
Animação – Hermanos Casablanca, de Santiago O’Ryan e José Navarro (Chile)
Ambientada nos anos de chumbo da ditadura de Pinochet, a animação chilena narra a história de dois irmãos mergulhadores que, na tentativa de encontrar a irmã desaparecida, selam um pacto com um militar. A estética sóbria e o subtexto político reforçam a potência do roteiro, que lida com temas de memória e trauma coletivo.
Estudante – Rock Paper Scissors, de Hayder Hoozeer (Reino Unido) e Franz Böhm (Alemanha)
Inspirado em uma história real, o filme retrata um pai e um filho refugiados tentando sobreviver em um hospital de zona de guerra. A atmosfera claustrofóbica e o uso expressivo do contraste entre luz e sombra constroem um drama pungente, com destaque para a direção precisa e a fotografia que traduz a desesperança dos personagens.
Cinema em movimento
O Sony Future Filmmaker Awards consolida-se como um espaço de descoberta e valorização de olhares autorais, reunindo obras que ultrapassam fronteiras culturais e linguísticas. A próxima edição será realizada em 2026, com inscrições abertas a partir de julho de 2025.
