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Review | Innocent #1

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2018 parece ser o ano em que mangás com histórias ambientadas na França invadirão as bancas brasileiras. O representante da Panini é Innocent, anunciado na CCXP 2017, um dos primeiros lançamentos da editora neste ano e tema deste JMangá.

Baseado no livro “O Carrasco Sanson”, de Masakatsu Adachi, Shin’ichi Sakamoto criou sua versão para a biografia de Charles-Henri Sanson (1739 – 1806), responsável pela criação da guilhotina e pela execução de ninguém menos do que o rei Luís XVI, em 1793. Nossas primeiras impressões vocês conferem aqui.

Charles-Henri retratado na época em que viveu X versão do mangá

A história

Charles-Henri Sanson é o filho mais velho de Charles-Jean-Baptiste Sanson, ninguém menos do que o carrasco oficial de Paris. Sendo membros da família Sanson, são desprezados por toda a população e tidos como chamarizes de mau agouro.

Sofrendo com maus tratos por parte dos colegas devido a sua condição de herdeiro da família Sanson, Charles-Henri vive atormentado, pois não tem intenção de prosseguir com o legado do pai. Além de enfrentar o desprezo de toda a população, ainda precisa suportar a arrogância extrema de sua avó paterna, que parece não ligar para o que as pessoas acham da família Sanson, pelo contrário: parece se orgulhar de ter tantas mortes às suas costas.

Após uma dura sessão de castigos físicos, o jovem Sanson resolve tentar se acostumar com o peso da espada do carrasco e sai para treinar. Em meio aos seus pensamentos repletos de dor e sofrimento, ele avista um verdadeiro anjo, que mais tarde revela-se como Jean de Chartois, filho do Conde de Chartois, grande apoiador da família Sanson.

Charles-Henri passa a nutrir sentimentos pelo rapaz, mas teme que o mesmo descubra quem ele realmente é. Ao mesmo tempo em que luta para lidar com o legado de sua família, seu pai é convocado para uma demonstração do uso da espada Sanson em uma festa organizada por ninguém menos do que o Conde de Chartois.

Pensando em aproveitar para apresentar o filho como seu sucessor, Jean-Baptiste comparece à festa, mas fica impossibilitado de realizar a demonstração por ser acometido de uma paralisia súbita. Cabe a seu filho assumir a apresentação, porém este se recusa, pois alega que o leão a ser decapitado na demonstração não era um criminoso, portanto, não poderia ser morto pela espada dos Sanson.

O garoto pagaria caro por este pequeno ato de rebeldia; Jean de Chartois, incriminado injustamente de ser um fiel da Igreja Anglicana, é condenado à morte por decapitação e seu carrasco deverá ser Charles-Henri. Como será que este irá reagir ao ter que cortar a cabeça daquele por quem pela primeira vez demonstrou estima?

A edição brasileira

Innocent foi publicado em formato semelhante ao de Vagabond e One Punch Man: papel off-set, orelhas e verniz localizado na capa.

O volume conta com o glossário usual, que é um prato cheio para os fãs de história. A tradução é de Lídia Ivasa e a edição compartilhada entre Beth Kodama e Beatriz Bevilacqua. Além disso, de acordo com o glossário, as tipografia utilizadas foram a Fournier e a Baskerville, contemporâneas à Revolução Francesa.

Para quem ficou em dúvida, essa “manchinha” abaixo do nome da segunda filha também está presente no original… Não sei se pode ter algo a ver com o destino dela, mas achei legal frisar que não é um borrão de gráfica.

 

Ainda é cedo para falar nisso, mas o mangá possui uma continuação, Innocent Rouge, sem previsão de publicação no Brasil.

Adoro mangás com temática histórica e fiquei muito surpresa e feliz com o anúncio da publicação deste título.

O traço é repleto de uma beleza sobrenatural e imagino que o autor tenha dado uma bela romanceada na vida desta personalidade, pois o nível de inocência e pureza que Charles-Henri demonstra ao longo deste primeiro volume é digno de um santo.

Quero muito acompanhar os próximos volumes e confirmar minhas suspeitas do porquê dele ter inventado a guilhotina. Talvez tenha sido algo que ele utilizou para escapar de ter que sentir as mortes com suas próprias mãos… Só os próximos volumes poderão dizer, e espero que sejam tão incríveis como este primeiro. Apesar de ter algumas cenas fortes (e parece piorar a partir do próximo), acredito que seja um título que vai agradar a todos aqueles que gostam de saber os bastidores de certos fatos ocorridos na história. Recomendo.

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