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Review | Elden Ring Nightreign é uma experiência da From Software que aposta pesado no quesito multiplayer

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“Não se mexe no time que está ganhando”. 

Depois de jogar Elden Ring Nightreign por 20 horas, dá para ver que o antigo ditado é mesmo verdadeiro. Com ele, a From Software, criadora da franquia e principal responsável pelo sucesso dos soulslikes, tenta trazer algo novo dentro do universo do incrível Elden Ring

Nightreign um jogo nos moldes dos roguelikes em que grupos de até três jogadores têm um tempo limitado para se preparar para lutar contra um dos diversos chefões, percorrendo um mapa que lembra muito o do jogo principal. O resultado final é algo  estranho e muito diferente do que você deve estar acostumado com outros títulos do estúdio, e é algo que os fãs com certeza não esperavam jogar.    

Uma corrida contra o tempo

Elden Ring Nightreign se passa nas mesmas Terras Intermédias. Desta vez, para evitar o cataclisma trazido pela Maré da Noite, que ameaça dar fim ao reino de Limveld, cabe a um intrépido grupo de heróis desajustados lutar contra o temível Senhor da Noite, derrotando seus coleguinhas em partidas divididas em três dias, antes de baterem na sua porta. 

Como parte dessa equipe, você parte em excursões que o levarão a explorar uma versão alternativa do mapa de Elden Ring, com o relógio cantando atrás de você e um gigante anel se fazendo trazendo consigo uma chuva mortal. Nisso, todo o ritmo do jogo se torna frenético, tornando a aventura uma verdadeira corrida contra o tempo para se matar o maior número de inimigos, conseguir subir de nível e arranjar armas com vantagens elementais que funcionem contra o chefe a ser enfrentado. 

E claro, tudo isso em cooperação com dois outros jogadores, ou sozinho, se preferir – essa última não é recomendada, já que o jogo não é muito bem balanceado para um jogador só, e, obviamente, a grande “graça” é se jogar em grupo, não é mesmo? Pois é, quem já imaginou jogar um soulslike o mais rápido possível, podendo perder tudo, mas TUDO mesmo entre partidas para depois recomeçar e repetir o mesmo mapa n vezes, bom, Elden Ring Nightreign é a dádiva que pediu a Deus.

Não vai agradar a todos

Dito isso, vale dizer que trata-se de um jogo da From Software, uma afirmativa que carrega certo peso. Sim, Nightreign conta com uma história nos mesmos caminhos do Elden Ring de base, há muito o que se descobrir entre tentativas, você vai poder explorar seu QG, a Mesa Redonda, como de costume, e toda a ambientação, um dos fortes do estúdio, continua belíssima nesse spin-off. O problema é todo o entorno, a fórmula adotada para entregar o que eles esperam cativar o público adorador de suas criações, um grupo que, não custa dizer, é um dos mais exigentes (leia-se “chato” e “cricri”) do mundo dos videogames. 

Elden Ring Nightreign é uma novidade que é trazida para um grupo que já está habituado a receber desafios feitos de uma certa maneira, jogos que miram na imersão de um jogador no mundo tão delicada e cuidadosamente criado pela From, e isso por si só já é causa para estranheza. Agora, com o jogo enfim nas mãos, ele se mostra algo que até os fãs mais casuais poderão torcer o nariz, com algo entregue que se assemelha não só a um gênero de jogos totalmente contrário ao normal, mas também com o battle royale, cimentado por Fortnite e outros clones da vida.

Tal jogada não seria considerada tão bizarra se não tivesse sido feita com uma propriedade intelectual tão conhecida como essa, e, convenhamos, da maneira como Nightreign foi conduzido, já que a ideia central é interessante e digna de um certo nível de elogio. É preciso controlar as expectativas caso você não saiba nada sobre a premissa dele antes de embarcar, mas mesmo sabendo, vale manter em mente que não é um soulslike, nem serve para ser jogado sozinho, e mesmo jogado em grupo, demanda coordenação entre você e seus parceiros. Diga-se de passagem que não há função de comunicação em voz nem a já conhecida forma de mandar mensagens como peça de fundo. 

Como tudo funciona

Cada partida de Elden Ring Nightrein começa com você escolhendo qual personagem quer usar dentre as oito disponíveis, cada um deles um dos principais arquétipos do jogo principal, como o arqueiro, o brutamontes, a bruxa, o samurai, o cavaleiro e o guerreiro, além das duas classes que podem ser destravadas conforme você joga, antes de interagir com a mesa central e selecionar qual dos chefes destravados irá desafiar.

Com isso feito e os coleguinhas de luta selecionados – ou com os que você convidar para seu grupo entre amigos – a trupe é solta em algum ponto do mundo e chega a hora de explorar e conquistar… ou ser conquistado. Há um mapa que detalha os tipos de desafios e estruturas esperando ser visitados, que mudam de posição a cada tentativa. Com os minutos contando, é necessário correr e pular feito louco para juntar runas suficientes – o equivalente de Elden Ring para as “almas” de soulslike – para subir de nível. Não há muito o que escolher quando se “upa”, já que as estatísticas de personagem que são melhoradas dependem de quem você escolheu jogar: o que importa é o número que sobe, que melhora seus pontos de vida, de magia, e a sua estamina.

O ciclo do jogo pode ser confuso para alguns, e é. Há liberdade demais logo de cara e pouco tempo para ficar pensando, o que pode ser suficiente para frustrar jogadores mais casuais, ainda mais porque não há quase nenhuma informação dada ao começar pela primeira vez. Com um grupo formado por jogadores desconhecidos, o caldo entorna, porque todos acabam correndo cada um para um lado e sem alguma espécie de coordenação, a missão de 40 e poucos minutos, a duração geral de partida do começo ao chefe final, tem grandes chances de ir para o brejo.

Nas 20 e tantas horas jogando, chegamos à conclusão que o ideal é seguir a ordem citada no início do review: buscar armas que vão de encontro aos pontos fracos do chefe e subir de nível vencendo o máximo possível de inimigos, para então enfrentar e, com sorte, derrotar o infeliz. Para saber da tal informação, há um codex no seu QG que vai sendo atualizado a cada retorno da missão, seguindo à risca a cartilha do roguelike

Outra coisa que é atrelada ao ir e vir é o empoderamento, por mais que seja lento, dos seus personagens. Você junta artefatos coloridos que devem ser equipados para dar certas ajudinhas a eles, como mais poder mágico à sua arma principal, por exemplo, ou a capacidade de cura de amigos ao seu redor ao beber do frasco mágico. Você também é capaz de comprar esses itens usando os poucos pontos ganhos na loja do QG, mas os produtos de lá não chegam a ser tão eficientes quanto os ganhos, servindo somente como quebra-galhos. 

Elden Ring Nightreign começa a se abrir, de fato, depois de se matar o primeiro chefe, o temível Tricéfalo. Nesse ponto, as rememorações dão as caras, meios de se adentrar na história de cada um dos personagens e curtir todo do pouco conteúdo que há nesse spin-off, habilitando a escolha de todos os chefes logo de cara em missões especiais. Nesse modo de jogo separado do principal, é preciso jogar sozinho ou com outros na mesma situação com você, trazendo uma camada a mais de desafio para as festividades. 

Conseguindo dar cabo desses monstros, outras brincadeiras pipocam dentro do jogo, como um armário com trajes novos para seus lutadores e piras onde você pode torrar artefatos ultrapassados para criar novos e mais poderosos para usar em futuras lutas. A cada nova adição, Nightreign traz uma rápida tela de tutorial que não explica nada lá muito bem, como é a norma dos jogos da From. É por isso que há tantos guias internet afora, e este jogo não será exceção: há poucos dias do lançamento, já existe uma fonte enorme de dados sobre praticamente todos os aspectos do jogo. 

Os finalmentes

Elden Ring Nightreign é um jogo com foco no multiplayer, mas com uma abordagem diferente do que costumamos ver vindo da From Software. Apesar de já ter havido como jogar com outros jogadores em Elden Ring, Bloodborne e afins, este daqui é tão fora da curva ao depender demais na cooperação entre jogadores, conferir simplicidade até demais ao desenvolvimento de personagens, além de exagerar na dose de elementos roguelike e até de battle royale.

Como experimento, é algo até que interessante, mas o jogo carece de um alicerce decente, que para o que veio antes dele, era a jogabilidade magnífica, a imersão total na história e mundo de fantasia, sem falar na progressão, que simplesmente foi deixada de lado para dar espaço a uma experiência de jogo que carece de profundidade e que irá afastar aqueles em busca de algo com mais substância.

Com o resultado mais que duvidoso de Elden Ring Nightreign, ficamos aqui a pensar se The Duskbloods, projeto de Hidetaka Miyazaki e a From Software para o Switch 2, futuro lançamento também dedicado ao cooperativo entre jogadores, conseguirá mesmo conquistar a legião amante do universo Souls.         

NOTA: 3 de 5

Ficha técnica:

Nome completo: Elden Ring Nightreign

Desenvolvedoras: From Software

Publicadoras: Bandai Namco

Gênero: Ação

Plataforma: PlayStation4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC  

Lançamento: 30 de maio de 2025  

Agradecemos a assessoria da Bandai Namco no Brasil por ter nos enviado uma cópia do jogo para a produção desta matéria.

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